sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O novo filme do diretor Gus Van Sant, "Milk - A Voz da Igualdade", não conta apenas a história do ativista gay Harvey Milk, como também retrata a luta dos homossexuais contra a política de represálias que se formou na década de 70, na cidade de São Francisco (EUA).

Na data de seu aniversário, Harvey (Sean Penn) comemora ao lado de seu novo namorado Scott (James Franco), mas sente-se um pouco frustrado por ter acabado de completar 40 anos e ainda não ter feito nada, em sua percepção, de relevante na vida.

Neste dia, o quarentão ainda não sabia que, dali a algum tempo, seu próximo aniversário seria com uma grandefesta no bairro de Castro. Afinal, Harvey Milk se tornaria o primeiro político assumidamente gay de São Francisco.

Tal conquista, não foi tão fácil. Assim como hoje as bancadas religiosas tentam barrar a aprovação do PLC 122 - que criminaliza a homofobia no Brasil - , Harvey, em 1972, lutava pela igualdade de gays e lésbicas, pelo direito de ir e vir, e de pertencer a uma sociedade que, em sua maioria, era formada por conservadores e fundamentalistas que defendiam "a base da união familiar [homem e mulher]" (qualquer semelhança com os dias atuais, não é mera coincidência).

"Pagamos impostos para sermos protegidos e não perseguidos", dizia Milk em um de seus discursos. Nesta época, gays andavam pelas ruas de Castro com apitos pendurados no pescoço ou dentro dos bolsos para caso fossem "repreendidos" pela polícia, terem como se defender 'apitando' por ajuda.

Nos dias atuais, fica clara a ideia de que não haverá, tão cedo, um candidato como Milk. O ativista não lutava por uma causa, ele fazia parte dela. Eis a diferença.

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